Às vezes um homem mergulha na multidão para afogar o grito do seu próprio silêncio, ele reflete sobre as inquisições da vida, percebe então que os infortúneos verdadeiros são interiores e causados por nós mesmos. Erradamente, pensamos que as tristezas vêm de fora, mas nós é que as formamos dentro de nós, com a nossa própria substância.
Entretanto o homem se atormenta, faz e desfaz de si, ele sabe que o desconhecido é sua morada, mas age como se soubesse de tudo, e se irrita com facilidade.
Então o homem adquire conhecimento, ganha sabedoria, mas esquece que apesar da inteligência ser o farol que nos guia, a vontade é que nos faz caminhar, progredir e evoluir.
Daí ele não evolui, simplesmente caminha, mata e fere, busca dentro de si as intempéries que ele próprio formou, se cala e sangra, num ritual mítico e foz ele progride, mas não evolui.
Quando o homem cessar sua busca, ele enxergará tudo a sua volta, vasculhará entre as pessoas e conhecerá a si próprio, verá que tudo é um erro, e mesmo assim tudo está certo, sentirá festa em seu peito, e felicidade em seu olhar, sua alma solidificará versos e prosas, e enfim ele se livrará do nó que sempre o cercou.
Apenas nesse dia, ele será inteiramente feliz.