sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A violência no Rio de Janeiro


A violência que assola a sociedade carioca atualmente é um problema muito maior do que pensam a maioria dos cidadãos, e que não pode ser resolvido ou suprimido simplesmente com medidas paleatórias como por exemplo o uso de policiais que sobem os morros quando há algum acontecimento, atiram em tudo que se mexe, vão meio no desespero e que obviamente acarretam problemas aos moradores da comunidade, a quem mora ao redor e até para eles próprios, ou com UPP’s que em algumas ocasiões tratam os moradores igual ou até pior do que tratavam os bandidos. O projeto das UPP’s inclusive é novo, diria eu que de certo modo até bem arrojado e de boa funcionalidade, porém, mesmo com o pouco tempo de utilização já conta com centenas de reclamações de moradores das localidades referente ao tratamento dos policiais e principalmente com toque de recolher (isso mesmo, podem ficar perplexos, mas em algumas comunidades já com UPP, os policiais tem imposto horários para que as pessoas possam circular, algo ímpio e que viola inegavelmente nossa constituição em vários artigos, principalmente ao direito de ir e vir), tal medida fora adotada pela polícia que se denomina pacificadora. *Aff!

Fruto de muitas pesquisas e documentários por todo o mundo, a sociedade carioca apresenta edemas e problemas muito sérios relativos a sua estrutura, e o modo como foi projetada e povoada.
Como o tema dessa postagem não é exatamente o modo como o Rio de Janeiro foi estruturado e nem tanto ao tráfico de drogas já impregnado na cidade, não entrarei em mais detalhes, mas é importante comentar que esse fato está inexoravelmente relacionado à violência nos tempos atuais, pois as brigas que acontecem entre os jovens na Capital Fluminense não são apenas um problema de nervos ou de jovens que saem a noite e querem brigar (jovens esses na maioria das vezes totalmente boçais, idiotas e rebeldes sem causa e sem nada na cabeça), mas fruto de um pseudo universo criado por uma atmosfera propensa pesada e inconstante, pois quem vive no Rio sabe... A cidade maravilhosa as vezes lembra uma bomba relógio pronta pra explodir.

A violência é um problema social. A desigualdade de renda, o abismo cultural, econômico e principalmente educacional que existe na cidade geram muitas vezes questionamentos, que podem
gerar traumas e cânceres que se introduzem na sociedade e dificilmente são superados.

O Rio é uma cidade de muitos contrastes, e há um abismo social aqui, assim como há em todo o Brasil, porém no Rio de janeiro as comunidades carentes ficam próximas (BEM PRÓXIMAS) às áreas onde moram as pessoas mais abastadas, onde costumeiramente chamamos de áreas nobres.

A verdade é a seguinte: os Playboys moram em sua maioria na Zona Sul, vivem subindo o morro, ou com seus “amiguinhos” que sobem pra eles para que esses FDP’s possam comprar suas droguinhas e curtir o barato que cedo ou tarde acaba acarretando mal a eles próprios, e assim, vira e mexe nós vemos na TV ou nos jornais algum playboy morto por um traficante, ou por bala perdida, e seus amiguinhos desgraçados chorando e dizendo isso e aquilo da polícia e dos governantes, sendo que ELES próprios é quem patrocinam toda essa putaria social e o tráfico em si! Sinceramente, quando morre um playboy assim eu sinto pena é da família que muitas das vezes não tem nada a ver, mas com o playboy usuário, e seus amiguinhos que também usam e vêm pra mídia se fingir de vítimas eu quero mais é que todos se FOD* e vão pra PQP!

Mas novamente meu foco não é falar sobre o tráfico e sim da violência carioca, e essa violência é muito mais social do que provida pelo tráfico. O fato é que as pessoas questionam muitas coisas...
Vejo hoje em dia uma banalização da vida, da educação, da forma como as pessoas se tratam, e ISSO SIM cria a atmosfera a qual eu me referi anteriormente, e essa atmosfera gera a violência, uma violência em que não fica e nem começa no morro, e que se reflete nas favelas, mas que permeia todos os cantos da cidade.

Apesar de não ser a maior cidade e nem ser mais a capital, o Rio ainda é o espelho do país no exterior, e a cidade mais importante de toda América latina para os gringos, e tudo que acontece por aqui é divulgado SEMPRE lá fora, e tenho certeza que se você não mora por aqui também deve ter se identificado com algumas coisas que eu escrevi, o que mostra realmente que o Brasil tem se transformado em um país violento.

Acho que a solução pode ser tentar de alguma forma romper esse abismo, aproximar as pessoas, lutar pela paz - pela paz social, uma atitude simples mas difícil referente aos paradigmas já impregnados.
Não quis aqui falar de violência de forma raza e superficial, meu objetivo foi dissertar de modo profundo, referindo-me a um dos alicerces que sustentam a violência contemporânea, ou seja; basicamente a forma como as pessoas se tratam e convivem entre si.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O PALAVRÃO NOSSO DE CADA DIA!


Você está andando na rua, todo serelepe pimpão, quando de repente você dá aquela topada em uma pedra, tão forte que a unha do seu dedão se quebra toda e aquela dor insuportável o faz pular ridiculamente, e proferir *palavrinhas mágicas*

Quantas vezes no trabalho, seu chefe te enchendo o saco, te manda fazer coisas que você não deveria, ou simplesmente não gosta de fazer, fica no seu pé, te cobra, te cobra e por mais que você faça tudo certo ele nunca te elogia, você vive estressado, só de vê-lo aparecer na sua frente seu dia já se torna um martírio, e na verdade sua vontade é invadir a sala dele e cobri-lo com *palavrinhas mágicas*

Você tem um fim de semana MARAVILHOSO pela frente, há dias que você conta os minutos para chegar, e na véspera você é presenteado por aquela dor de dente insuportável, e apesar da intensa dor o impedir de proferir as tais palavrinhas, em seu pensamento elas estão soltas, borbulhando como água fervente...

Pois é...

Palavrões são libertadores, anestésicos, e na minha opinião, são feios e esdrúxulos apenas para quem os ouve, e dependendo de quem forem essas pessoas!
Eu não vejo mal algum em palavrões, e acho que são paradigmas de nossa sociedade, e assim como a frase de chamada do meu Blog, paradigmas foram feitos para serem quebrados.

Pesquisas recentes mostram que as “palavras sujas” nascem em um mundo à parte dentro do cérebro. Enquanto a linguagem comum e o pensamento consciente ficam a cargo da parte mais sofisticada da massa cinzenta, o neocórtex, os palavrões moram nos porões da cabeça. Mais exatamente no sistema límbico. É o fundo do cérebro, a parte que controla nossas emoções. Trata-se de uma zona primitiva: se o nosso neocórtex é mais avantajado que o dos outros mamíferos, o sistema límbico é bem parecido. Nossa parte animal fica lá e sai de vez em quando na forma de palavrões.

Lembrem-se da nostálgica Dercy Gonçalves:

Vão tudo tomar no CU, porra! Seus filhos da puta!Caralho!
Dercy Gonçalves sobre vocês

Tudo bem, para grande parte da população, a Dercy era uma velha desbocada, (o que é a mais pura verdade) e por não ser a coisa mais normal do mundo uma velha falando tantos palavrões, poderíamos pensar que ela se manteve na mídia até sua morte por conta disso, mas desde o início de sua carreira, mesmo em uma época em que os palavrões eram ainda mais reprimidos, a Dercy já esbravejava seus jargões de baixo calão por aí, e esse foi o grande marketing de sua carreira no teatro e principalmente na televisão. O fato dela utilizar palavrões de forma corriqueira, e substituir eventuais preposições e pausas por palavrões, a fez ainda mais famosa e amada pelos adeptos da “linguagem de mal gosto” *rs
Óbvio que em uma postagem sobre palavrões eu não poderia deixar de citar a Dercy, uma vez que ela é um mártir do palavrão brasileiro!

Porra, Puta que PARIUUUUUU um palavrão liberta, conforta, apazigua, e faz-me sentir melhor!

Existem palavrões ainda que dão sentido de grandeza ou rebaixamento, que podem ser xingamentos ou elogios, dependendo da ocasião em que você os proferir.

FODA!

Você é uma pessoa MUUUITO FODA!
Esse texto ficou FODAAA!

Então é assim... Valeu hein... Tu é foda!
Ela me largou... To muito triste, você sabe que essas coisas são foda!

PUTA QUE PARIU!

PUTA QUE PARIUUUU! Eu passei no vestibular!!!
Puta que PARIUUUUU ele bateu o Record mundial!

*Quando utilizadas de forma a escrachar, xingar, e atacar uma pessoa, o puta que pariu pode sofrer pequenas intervenções:

Ahhhh vá pra puta que “O” pariu!
Feio é a puta que “TE” pariu!

Dentre as centenas de palavrões que eu poderia elucidar, vou exemplificar com o mais clássico de todos, e que devido a sua simplicidade e complexidade mistas, encaixa-se em dezenas de momentos e orações diferentes.

CARALHO!

Mano, tu é DO CARALHO!
Essa música é do CARALHO!
CARALHOOOOOOOO ganhei na mega-sena!

Ahhhh vá pra casa do CARALHO!
Então chupa o meu CARALHO!!!

Cala boca, tu fala PRA CARALHO!
No céu existem estrelas PRA CARALHO!
Eu ando gastando dinheiro PRA CARALHO!!!

Lá no início do texto, quando eu descrevi o que acontece quando tropeçamos em uma pedra, com certeza, o primeiro xingamento que vem na minha cabeça é >> CARALHO! *rs

Como pertencem ao fenômeno linguístico, os palavrões nascem, se desenvolvem e morrem. Houve um tempo em que termos como diacho, vá para o Inferno ou desgraçado eram extremamente ofensivos pois, numa época muito religiosa, ir ao Inferno ou perder a graça de Deus era terrível. Palavras como chato ("desagradável como piolho do púbis") também perderam seu significado pejorativo e impacto ofensivo, enquanto outras passaram a ser ofensivas – como casa do caralho (a pequena cesta no alto dos mastros das caravelas) "puto" ("criança" em Portugal, mas "prostituto" no Brasil).

Os palavrões são culturais, tão culturais que se transpassam assim como a cultura, se reciclando e marcando fatos e manias de uma época! Canais mais dinâmicos como a MTV Brasil expressam palavrões e conseguem falar diretamente com os jovens, assim como acontece na internet.
Eu não estou aqui defendendo os palavrões, ou dizendo que todos tem que gostar, mas vivemos em um país livre, por isso, mesmo respeitando a opinião de todos, os palavrões existem e cada vez mais fazem parte da nossa sociedade!

Pra terminar, na minha opinião, palavrão é isso ó:

pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico: Designa mau-agouro de uma doença respiratória amaldiçoada que pode tomar conta de sua alma.

Lopadotemamachoselachogaleokranioleipsanodrimhypotirmmatosilphioparaomelitokatakechymenokichlepicossyphophattoperisteralektryonoptekephalliokigklopeleioagoiosiraiobaphetraganopterygon: É um prato grego.

TAUMATA­WHAKA­TANGI­HANGA­KOAUAU­O­TAMATEA­TURIPUKAKA­PIKI­MAUNGA­HORO­NUKU­POKAI­WHENUA­KITANA­TAHU: Cidade neo-landesa.

Agora que você leu tudo, Muito obrigado, você é uma pessoa FODÁSTICA!!! Se por acaso você não gostou, fôda-se, nem ligo! rs